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"SONATINA AMAZÔNICA" (Duo para Viola e Piano) – Vicente Malheiros da Fonseca.
A peça foi escrita originariamente como uma Pequena Sonata para Piano, em 5 movimentos:
a) Dança e Pororoca
b) Calmaria no Tapajós
c) Fúria Amazônica
d) Banzeiro
e) Reencontro das águas.
O compositor escreveu diversos arranjos para essa composição.
Veja os trechos finais do artigo "Sonatina Amazônica", escrito pelo compositor, publicado no Jornal “URUÁ-TAPERA - GAZETA DO OESTE” (Belém-PA), Ano XIV, edição nº 131, de março/2006:
Outros compositores brasileiros escreveram sonatinas para dois instrumentos, notadamente para Flauta e Piano, dentre os quais: Camargo Guarnieri (1947); Ernst Mahle (Sonatina, em 1976; e Sonatina Nordestina, em 1987); e Radamés Gnattali, este um dos maiores nomes da música brasileira, tanto no campo popular como no erudito, autor da “Sonatina em Ré Maior”, a única peça encontrada completa após o seu falecimento. No corrente ano, comemora-se o centenário de nascimento deste notável compositor gaúcho, a quem rendo as minhas homenagens.
Por outro lado, o compositor brasileiro e amazônico deverá identificar-se com as peculiaridades nacionais e regionais, a fim de alcançar uma dimensão universal.
Desse modo, não se espere que eu tenha composto uma sonatina no estilo clássico.
Pelo contrário, a peça é impregnada de alma brasileira, que não dispensa a cadência sincopada de alguns trechos e inserções inspiradas no imaginário amazônico.
Enfim, devo reconhecer que quem ainda não compôs uma sonata, pode conformar-se com uma simples sonatina, uma espécie de pequena sonata, mais curta e ligeira, não necessariamente de mais fácil execução (vale lembrar das sonatinas de Ravel e Milhaud).
A sonatina que acabo de compor, com cinco minúsculos movimentos, dura apenas quatro minutos (o compositor alemão Anton von Webern – 1883/1945 – escreveu peças “microscópicas”, que duram apenas alguns segundos). Mas em diversos trechos da sonatina são utilizadas passagens rapidíssimas, com o emprego de fusas, em contraste com o 2º movimento, que representa a “calmaria no Tapajós”.
Deixemos, então, que se pronuncie, sobre a obra, a pianista paranaense, Priscila Malanski, de quem recebi a seguinte mensagem, em 12 de março último:
“Simplesmente linda sua Sonatina! Soa muito bem mesmo. Além disso, tem uma forma tradicional, o que me agradou em cheio. Não sou muito inclinada a grandes dissonâncias, dodecafonismo, atonalismo, essas coisas. Admiro pela técnica, mas não aprecio musicalmente. Por isso gostei mesmo de sua obra, parabéns! Fico imensamente feliz em saber que pessoas como você mantém viva a arte da verdadeira composição, ou seja, a busca do "belo", do significativo ..Me lembrou muito o nacionalismo (universalismo!) de Villa-Lobos e também a influência folclórica de Waldemar Henrique, que é o tema da monografia que estou escrevendo.
Adoraria receber outras composições suas, e quem sabe podemos pensar em um recital, aí na sua cidade e também na minha, com obras suas e de seus antepassados. Seria interessante divulgar estas obras tão bonitas e eu adoraria executá-las.
Obrigada por ter me enviado sua obra, foi muito gentil de sua parte.
Aguardando novas belas surpresas ....”.