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Este princípio silencioso, a base de toda a vida, continua presente em você. Ele vive e respira no seu interior, independentemente do que você esteja ou não fazendo. A origem, o princípio – o vazio que está lá, do qual tudo surgiu – ainda existe em você. Compreender isto o liberta, assim como libera os limites do ser que você é, revelando a natureza relativa, dual da sua individualidade.
Nesse vazio inicial, nesse espaço, ainda não existe individualidade, não existe uma alma única; há um puro Estado de Ser ou de Existir. Sinta o mistério desse Estado de Ser. Ele envolve tudo. Sem esta Base do Ser, você não existe; ela o permeia e nutre.
O que é isso? Nesse silêncio, vive o sopro de Deus. Deus é indeterminado, indefinido, e ilimitado. Ele não tem forma; é aquilo que não é individualizado. Deus está ciente de tudo, mas nesse campo de percepção ilimitada que é Deus, existem bolsões, ou cavidades, nas quais predomina a falta de consciência. Esta falta de consciência possibilita o crescimento e desenvolvimento da vida.
Deus, o Ser, criou lugares onde a vida é inconsciente, a partir dos quais um desejo de consciência pode se desenvolver e crescer em direção à luz. Vocês estão localizados num desses vazios no campo de consciência que é Deus. Deus teve que criar uma consciência menor para que a individualidade pudesse surgir.
A fim de criar a vida individual, Deus teve que fazer uma coisa paradoxal, porque, em essência, Deus é tudo. Tudo que existe está em Deus, tanto o que é possível quanto o que não é; então Deus teve que criar locais de menor conscientização, para possibilitar o nascimento da alma. A alma é uma consciência definida e limitada, que encontra seu caminho através do tempo e do espaço, buscando sempre essa união com Deus, da qual ela foi gerada. O nascimento da alma foi um salto na escuridão do esquecimento.
Ao criar a consciência no nível do indivíduo, algo novo, algo grandioso é gerado em Deus: uma consciência viva que cresce, que é dinâmica e evolutiva – e a vida é mudança, está num estado constante de vir a ser. Quando a consciência inclui tudo, inclusive todas as possibilidades, é impossível o crescimento dinâmico da inconsciência para a consciência. É somente através deste processo dinâmico que a luz pode ser criada na espiral de crescimento da alma – do seu nascimento, à sua juventude e maturidade. E é este crescimento no campo do tempo e espaço que se soma à consciência de Deus.
A alma vive num relacionamento amoroso com Deus. Deus é a Fonte da Alma, sua Base ou matriz, e a meta pela qual a alma se empenha. E Deus cria a alma para que Ele possa encontrar satisfação no anseio da alma de vir a ser, e na profundidade dos sentimentos que disto resultam. O mistério é que, desta forma, o próprio Deus se torna visível, tangível e experiencial, através da consciência individual que a alma traz dentro de si. Este é o propósito do nascimento da alma.
A alma é levada a perder seu caminho nos vazios da consciência, pelo menos em parte. Isto é necessário na jornada da alma porque é importante que ela atinja sua meta e, em total liberdade, retorne à consciência divina, à onisciência, ao conhecimento pleno. É por isto que o mal – aquilo que é considerado “ruim” – deve fazer parte da sua jornada.
Quando a alma tenta chegar ao Princípio, à essência do que ela é, a Deus nela mesma, é exatamente naquele vazio – a natureza ilimitada e todo-abrangente do Ser Divino – que ela vivencia sua libertação. É então que ela retorna ao Lar.
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